07/08/2025 20:01 (UTC)
Zikim, 7 ago (EFE).- Homens em sua maioria, mas também mulheres, crianças e idosos, vão a Zikim diariamente para conseguir farinha "encharcada de sangue", pelos tanques e os franco-atiradores israelenses que disparam contra a multidão de um ponto a três quilômetros da passagem de fronteira, onde civis e gangues organizadas param os caminhões em um enclave à beira da fome. Na segunda-feira passada, a Agência EFE presenciou a entrada de um comboio.Segundo dados da ONU, entre 20 de julho e 3 de agosto, 90% da farinha, pacotes de alimentos e comida para cozinhas comunitárias foram descarregados dos caminhões por civis famintos ou saqueados por gangues armadas ao longo das rotas dos comboios. Rotas como a de Zikim, que além disso é a única que abastece o norte de Gaza, onde vive mais da metade de sua população.Como acontece diariamente desde o final de julho – quando Israel abriu esta passagem para caminhões –, os moradores de Gaza deslocam-se primeiro para o norte pela estrada Al Rashid, um caminho de areia cercado por montanhas de entulho, até cerca de três quilômetros da fronteira com Israel, o ponto mais distante que podem chegar devido aos disparos israelenses.IMAGENS: AHMAD AWAD.RECURSOS DE PESSOAS FERIDAS, SUBINDO EM CAMINHÕES E CARREGANDO SACOS DE AJUDA HUMANITÁRIA EM ZIKIM. IMAGENS GRAVADAS NA SEGUNDA-FEIRA, 4 DE AGOSTO.INCLUI DECLARAÇÕES DE AMAL MHAMDI NAHAL.TRADUÇÃO:1. "Tenho seis pessoas a meu cargo, meu marido não está, quem nos dará de comer se eu ficar esperando em casa? O que vamos negociar? Olha Gaza, os jovens estão morrendo."2. "Vou onde os israelenses, subo em cima do caminhão e pego o saco de farinha pelos meus filhos. Meu marido tem câncer e não está em casa. Tenho seis pessoas sob minha responsabilidade, para onde vou? Ninguém veio me dar comida. Se você não arriscar sua vida, ninguém dará de comer aos seus filhos."3. "Foi um grande esforço. Estávamos rastejando no chão enquanto havia tiros acima de nossas cabeças. Quando cheguei ao caminhão, pedi ajuda a alguns jovens para subir e eles estenderam a mão para mim."4. "Por que eles estão atirando em nós? Que nos deixem passar para pegar comida para nossos filhos sem medo. Quando saímos, nossas famílias se despedem de nós (como se fôssemos morrer)."
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