07/08/2025 20:41 (UTC)
Cidade de Gaza, 7 ago (EFE).- O Ministério da Saúde de Gaza registrou 763 pessoas mortas por fogo israelense nos últimos dois meses tentando pegar ajuda dos comboios de caminhões que entram na Faixa, a maioria deles (472) na passagem de Zikim, situada no extremo noroeste do enclave palestino.Desde junho, o Ministério, que faz parte do governo de Gaza do Hamas, registra falecidos atribuídos às balas israelenses em três rotas diferentes pelas quais entram caminhões da ONU e de outras organizações: Zikim (norte), Netzarim (centro) e Rafah (sul).Em Zikim, a Saúde contabilizou um total de 472 mortos, em Netzarim 160 e em Rafah 131, desde 5 de junho até 5 de agosto, segundo os dados oferecidos à Agência EFE esta quinta-feira.O dia mais letal foi 20 de julho, quando foram registrados 86 mortos em Zikim e dois em Rafah, seguido de 17 de junho, quando a Saúde contabilizou 52 mortos em Rafah, 14 em Zikim e um em Netzarim.Segundo dados da ONU, entre 20 de julho e 3 de agosto, 90% da farinha, pacotes de alimentos e comida para cozinhas comunitárias foram descarregados dos caminhões por civis famintos ou saqueados por bandos armados ao longo das rotas dos comboios. As Nações Unidas estimam em 514 o número de mortos em Gaza, até 31 de julho, tentando pegar comida de caminhões.Os moradores de Gaza caminham quilômetros todos os dias para interceptar os caminhões nas suas rotas. Muitas vezes, como acontece em Zikim, em áreas militarizadas pelo Exército israelense, que, segundo testemunhou a EFE neste último ponto, abre fogo contra aqueles que se aproximam dos veículos, causando mortos e feridos.Em quase dois anos, 197 pessoas morreram no enclave palestino de fome ou desnutrição, metade delas menores, de acordo com o registro das autoridades sanitárias locais.A maioria das mortes por desnutrição foi registrada nas últimas semanas, após meses de bloqueio à entrada de ajuda humanitária por parte de Israel, que controla todos os acessos ao território sitiado.De acordo com a Saúde de Gaza, mais de 60 mil pessoas morreram no enclave palestino desde outubro de 2023, numa situação denunciada como genocídio por países como a África do Sul perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), uma qualificação que também tem sido usada por organizações internacionais e israelitas de direitos humanos.IMAGENS: AHMAD AWAD.RECURSOS DO MOMENTO EM QUE PALESTINOS SOBEM NOS CAMINHÕES PARA DESCARREGAR SEU CONTEÚDO, A CERCA DE 3 QUILÔMETROS DA FRONTEIRA DE ZIKIM COM ISRAEL, NUMA REGIÃO MILITARIZADA ONDE ESTÃO EXPOSTOS AO FOGO DO EXÉRCITO ISRAELENSE. INCLUI IMAGENS DOS MORTOS POR TIROS.DE 00:10" A 00:13" OBSERVA-SE UM TANQUE ISRAELITA. EM 00:17" OUVE-SE TIROTEIO.
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